sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Evidências

"Quando eu digo que deixei de te amar
É por que te amo
Quando eu digo que não quero mais você,
É por que te quero
Eu tenho medo de te dar meu coração
E de confessar que estou nas tuas mãos
Mas não posso imaginar
o que vai ser de mim
Se eu te perder um dia

Eu me afasto e me defendo de você,
mas depois me entrego
Faça tipo, falo coisas que eu não sou,
Mas depois eu nego
Mas a verdade
é que eu sou louco por você
E tenho medo de pensar em te perder
Eu preciso aceitar que não dá mais
para separar as nossas vidas

E nessa loucura de dizer que não te quero
Vou negando as aparências,
disfarçando as evidências
Mas para que viver fingindo
Se eu não posso enganar meu coração
Eu sei que te amo,
chega de mentiras
De negar meu desejo
Eu te quero mais do que tudo,
eu preciso do teus beijos
Eu entrego a minha vida
para você fazer o que quiser de mim
Só quero ouvir você dizer que sim

Diz que é verdade, que tem saudade
Que ainda você pensa muito em mim
Diz que é verdade, que tem saudade,
Que ainda você quer viver pra mim"

Jose Augusto / Paulo S. Valle

sábado, 10 de outubro de 2009

Bom dia, tristeza


"Bom dia, tristeza
Que tarde, tristeza
Você veio hoje me ver
Já estava ficando
Até meio triste
De estar tanto tempo
Longe de você

Se chegue, tristeza
Se sente comigo
Aqui, nesta mesa de bar
Beba do meu copo
Me dê o seu ombro
Que é para eu chorar
Chorar de tristeza
Tristeza de ama"

Vinícius de Moraes

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Metamorfose Ambulante


"Prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Eu quero dizer
Agora, o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou

Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor

Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

É chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver
Nessa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou

Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor

Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

Eu vou lhe dizer
Aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo"

Raul Seixas

sábado, 12 de setembro de 2009

Retrato da desilusão


"Tomei algumas decisões na vida
Que nunca deveria ter tomado
Pensei que aquele amor fosse trazer felicidade
Mas fui redondamente enganado
Agora eu não consigo me livrar dessa amargura
Que a precipitação me aprontou
Não sei por que motivo gostei de uma criatura
E meu coração angustiou

Hoje choro
Sinto que me apavora a solidão
Sou o retrato da desilusão
Eu não consigo entender
Por que um amor que é tão bonito faz sofrer
Por que agente não consegue enxergar
Quando se ama pra valer

Deve ser o meu destino de andar igual um peregrino por aí
Sonho com uma vida de felicidade
Quando desperto estou nos braços da saudade."


Jorge Aragão

domingo, 6 de setembro de 2009

Pra dizer adeus



"Adeus
Vou pra não voltar
E onde quer que eu vá
Sei que vou sozinho

Tão sozinho amor
Nem é bom pensar
Que eu não volto mais
Desse meu caminho

Ah, pena eu não saber
Como te contar
Que o amor foi tanto
E no entanto eu queria dizer

Vem
Eu só sei dizer
Vem
Nem que seja só
Pra dizer adeus"


Tom Jobim e Torquato Neto

Eu quero menos


"Eu quero menos ..
Menos preocupação.

Menos formalidade.

Menos nuvens no céu.

Menos roupa.

Menos encanação.

Menos se levar a sério demais.

Menos escritório.

Menos cara feia.

Menos despertador do lado da cama.

Menos falta de tempo.

M
enos resolver tudo por email.
Menos chapinha.

Menos distância.

Menos complicação.


(Ah, eu quero menos pra mim...e quer saber? Eu desejo o mesmo pra você. " ;)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Só saudade


"Só Saudade,
foi um pouco que ficou
Só Saudade, pois o resto ela levou
Sozinho eu vivo a sonhar,
Seus olhos,
sua boca que diz vou voltar

Só Saudade,
Foi o que restou pra mim
Só Saudade,
Pois o resto teve fim
Amor como este não has de encontrar nunca mais
Nunca mais
Nunca mais
Só Saudade

Só Saudade,
foi um pouco que ficou
Só Saudade, pois o resto ela levou
Sozinho eu vivo a sonhar
Seus olhos,
sua boca, que diz vou voltar

Só Saudade, foi o que restou pra mim Só Saudade, pois o resto teve fim Amor como este não has de encontrar nunca mais Nunca mais Nunca mais Só saudade"
Newton Mendonça / Tom Jobim

domingo, 23 de agosto de 2009

Desafinado


"Quando eu vou cantar, você não deixa
E sempre vêm a mesma queixa
Diz que eu desafino, que eu não sei cantar
Você é tão bonita, mas tua beleza também pode se enganar

Se você disser que eu desafino amor
Saiba que isto em mim provoca imensa dor
Só privilegiados têm o ouvido igual ao seu
Eu possuo apenas o que Deus me deu

Se você insiste em classificar
Meu comportamento de anti-musical
Eu mesmo mentindo devo argumentar
Que isto é Bossa Nova, isto é muito natural

O que você não sabe nem sequer pressente
É que os desafinados também têm um coração
Fotografei você na minha Rolley-Flex
Revelou-se a sua enorme ingratidão

Só não poderá falar assim do meu amor Este é o maior que você pode encontrar Você com a sua música esqueceu o principal Que no peito dos desafinados No fundo do peito bate calado Que no peito dos desafinados também bate um coração"

Tom Jobim

domingo, 26 de julho de 2009

Dentro de ti

"Pareço sentir nada
O fio da navalha
Eu quero marcar minha existência, não posso parar
Como se um precipício
Me deixasse em outro mundo
Eu quero marcar minha existência, não posso parar
Uma carne junto a outra carne
São dois olhos sempre a procurar
Nesse deserto quem te dá vida ?
Outra vida pra se eternizar
Quem poderá ver o q eu quero ver?
Quem pode vender o q só posso dar?
Eu quero marcar minha existência não posso parar
Eu quero marcar minha existência não posso parar
Eu quero marcar minha existência não posso parar
Eu quero marcar minha existência não posso parar
Eu quero marcar minha existência não posso parar não posso parar"


Dado Villa Lobos

sábado, 25 de julho de 2009

domingo, 19 de julho de 2009

Luiza


"Lua,
Espada nua
Boia no céu imensa e amarela
Tão redonda a lua
Como flutua
Vem navegando o azul do firmamento
E no silêncio lento
Um trovador, cheio de estrelas
Escuta agora a canção que eu fiz
Pra te esquecer Luiza
Eu sou apenas um pobre amador
Apaixonado
Um aprendiz do teu amor
Acorda amor
Que eu sei que embaixo desta neve mora um coração

Vem cá, Luiza
Me dá tua mão
O teu desejo é sempre o meu desejo
Vem, me exorciza
Dá-me tua boca
E a rosa louca
Vem me dar um beijo
E um raio de sol
Nos teus cabelos
Como um brilhante que partindo a luz
Explode em sete cores
Revelando então os sete mil amores
Que eu guardei somente pra te dar Luiza
Luiza
Luiza"

Tom Jobim

sexta-feira, 17 de julho de 2009

domingo, 5 de julho de 2009

Mais um adeus


"Mais um adeus
Uma separação
Outra vez, solidão
Outra vez, sofrimento
Mais um adeus
Que não pode esperar

O amor é uma agonia
Vem de noite, vai de dia
É uma alegria
E de repente
Uma vontade de chorar

Contraponto

Olha, benzinho, cuidado
Com o seu resfriado
Não pegue sereno
Não tome gelado
O gim é um veneno
Cuidado, benzinho
Não beba demais
Se guarde para mim
A ausência é um sofrimento
E se tiver um momento
Me escreva um carinho
E mande o dinheiro
Pro apartamento
Porque o vencimento
Não é como eu:
Não pode esperar

O amor é uma agonia
Vem de noite, vai de dia
É uma alegria
E de repente
Uma vontade de chorar"

Vinicius de Moraes / Toquinho

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Todo carnaval tem seu fim

"Todo dia um ninguém josé acorda já deitado
Todo dia ainda de pé o zé dorme acordado
Todo dia o dia não quer raiar o sol do dia
Toda trilha é andada com a fé de quem crê no ditado
De que o dia insiste em nascer
Mas o dia insiste em nascer
Pra ver deitar o novo

Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada
Toda Bossa é nova e você não liga se é usada
Todo o carnaval tem seu fim
Todo o carnaval tem seu fim
E é o fim, e é o fim

Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz

Toda banda tem um tarol, quem sabe eu não toco
Todo samba tem um refrão pra levantar o bloco
Toda escolha é feita por quem acorda já deitado
Toda folha elege um alguém que mora logo ao lado
E pinta o estandarte de azul
E põe suas estrelas no azul
Pra que mudar?

Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz"

Marcelo Camelo

terça-feira, 2 de junho de 2009

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Chão de estrelas


"Minha vida era um palco iluminado
Eu vivia vestido de 'doirado'
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações
Nosso barracão no morro do salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou
E hoje, quando do sol, a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
Da mulher pomba-rola que voou
Nossas roupas comuns dependuradas
Na janela qual bandeiras agitadas
Pareciam um estranho festival
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional
A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua furando nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão
Tu pisavas nos astros distraída
Sem saber que a ventura desta vida
É a cabrocha, o luar e o violão."

Silvio Caldas/Orestes Barbosa

domingo, 24 de maio de 2009


"Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons."

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 17 de maio de 2009

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Para meu amor em nordestinês

Ôce é o colírio do meu ôiu.
Ôce é o chicrete garrado na minha carça dins.
Ôce é a maionéss do meu arrôiss .
Ôce é o cisco no meu ôiu (do ôtro oiu - eu tenho dois).
O limão da minha caipirinha.
O rechei do meu biscoito.
A masstumate do meu macarrão.
A pincumel do meu butequim .

Nossinhora! Gosto dimais da conta docê, uai.

Óiprocevê,
quem tem ocê ao lado, tem um tisôru!

Eu guárdesse tisôuru, com todo carin,
Do Lado Isquerdupeito !!!
Dentro do Meu Coração zin !!!
Bjinhus pra oce... Te amo!!!


O Chão é a cama


"O Chão é a cama para o amor urgente,
O amor não espera ir para a cama.
Sobre o tapete no duro piso,
a gente compõe de corpo a corpo a última trama.
E para repousar do amor, vamos para a cama!"

Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 12 de maio de 2009

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Bilhete



"Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda..."

Mário Quintana

domingo, 10 de maio de 2009

Feliz Dia das Mães

Felicidades a mim e a quem mais se julgar Mãe...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Será?


O excelentíssimo senhor Presidente falou que o Piauí, ou melhor traduzindo Teresina, não se encontra em estado de calamidade, que não há "urgência" e em resposta o senhor Prefeito Dr Sílvio Mendes talvez porque a prefeitura tenha criado um projeto onde ofereça um auxilio para quem receber os desabrigados na quantia de R$ 150,00, ah! esquecendo que além desta fartura são distribuídos produtos de limpeza. E pela indignação do Prefeito da capital que pediu 51 milhões, onde o Presidente falou de maneira clara que só será liberado 26 milhões em suaves 6 prestações e se sentiu seguro em emprestar dinheiro a outros países que são um tanto donos de um tal de FMI, que se não estou engana fudeu com a gente e porque não aos estados que se encontram em desordem, pois, um nordeste sem seca e um sul com seca? Algo de errado está a acontecer, ou será que não terá mais como politicar com a seca? Ou os senhores políticos terão que pensar e pensar uma nova maneira de fazer politica aqui no Nordeste brasileiro, explorando talvez quem perdeu suas casas e está em abrigos fétidos e a dormir no chão.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Porque


"Amor meu, minhas penas, meu delírio,
Aonde quer que vás, irá contigo
Meu corpo, mais que um corpo, irá um'alma,
Sabendo embora ser perdido intento
O de cingir-te forte de tal modo
Que, desde então se misturando as partes,
Resultaria o mais perfeito andrógino
Nunca citado em lendas e cimélios
Amor meu, punhal meu, fera miragem
Consubstanciada em vulto feminino,
Por que não me libertas do teu jugo,
Por que não me convertes em rochedo,
Por que não me eliminas do sistema
Dos humanos prostrados, miseráveis,
Por que preferes doer-me como chaga
E fazer dessa chaga meu prazer"

Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 5 de maio de 2009


"Amor é bicho instruído
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore

em tempo de se estrepar.

Pronto, o amor se estrepou.

Daqui estou vendo o sangue

que escorre do corpo andrógino.

Essa ferida, meu bem

às vezes não sara nunca

às vezes sara amanhã."


Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Decepção

DEVE CHAMAR TRISTEZA


"Deve chamar-se tristeza
Isto que não sei que seja
Que me inquieta sem surpresa
Saudade que não deseja.
Sim, tristeza - mas aquela
Que nasce de conhecer
Que ao longe está uma estrela
E ao perto está não a Ter.

Seja o que for, é o que tenho.
Tudo mais é tudo só.
E eu deixo ir o pó que apanho
De entre as mãos ricas de pó."

Fernando Pessoa

terça-feira, 28 de abril de 2009

A rainha


"Proclamei-te rainha.
Há-as mais altas do que tu, mais altas.
Há-as mais puras do que tu, mais puras.
Há-as mais belas do que tu, mais belas.

Mas tu és a rainha.

Quando vais pela rua,
ninguém te reconhece.
Ninguém vê a tua coroa de cristal, ninguém repara
na alfombra de ouro rubro
que pisas ao passar,
a alfombra que não existe.

E,quando surges,
todos os rios marulham
no meu corpo, os sinos
abalam o céu,
e um hino enche o mundo.

Apenas tu e eu,
apenas tu e eu, meu amor,
o escutamos."
Pablo Neruda

Ao meu AMOR parte 2

Ao amor que só tu me fez ter, ao ato sublime de mesmo distante poder te olhar nos olhos e ver, sentir, ter horas constantes e concretas de felicidade, paz como só tu amor meu me faz ter. Tantos sonhos projetados e tão arquitetados com a sua paciência, tranquilidade, equilíbrio, dentre tantas qualidades mais possui neste teu corpo de imenso carater, perfeição e uma imensa sincronia de beleza que me leva ao fascínio de viver, contemplar e absolutamente TE AMAR. Te agradecerei quantas vezes achar necessário o me fazer sua, me deixar adentrar em tua vida que espero se entrelaçar a minha em um nó insolúvel Meu amor, Minha vida, Minha razão... TU ÉS UM ENORME PEDAÇO DO MEU MUNDO. Amo-te mais que caiba em meu peito.

sábado, 25 de abril de 2009

Monólogo de Orfeu



"Mulher mais adorada!
Agora que não estás, deixa que rompa

O meu peito em soluços! Te enrustiste

Em minha vida; e cada hora que passa

É mais por que te amar, a hora derrama

O seu óleo de amor, em mim, amada...

E sabes de uma coisa? Cada vez

Que o sofrimento vem, essa saudade

De estar perto, se longe, ou estar mais perto

Se perto, – que é que eu sei! Essa agonia

De viver fraco, o peito extravasado

O mel correndo; essa incapacidade

De me sentir mais eu, Orfeu; tudo isso

Que é bem capaz de confundir o espírito

De um homem – nada disso tem importância

Quando tu chegas com essa charla antiga

Esse contentamento, essa harmonia

Esse corpo! E me dizes essas coisas

Que me dão essa força, essa coragem

Esse orgulho de rei. Ah, minha Eurídice

Meu verso, meu silêncio, minha música!

Nunca fujas de mim! Sem ti sou nada

Sou coisa sem razão, jogada, sou
Pedra rolada.
Orfeu menos Eurídice...
Coisa incompreensível!
A existência
Sem ti é como olhar para um relógio
Só com o ponteiro dos minutos. Tu

És a hora, és o que dá sentido

E direção ao tempo, minha amiga

Mais querida! Qual mãe, qual pai, qual nada!

A beleza da vida és tu, amada

Milhões amada! Ah! Criatura! Quem

Poderia pensar que Orfeu: Orfeu

Cujo violão é a vida da cidade

E cuja fala, como o vento à flor

Despetala as mulheres - que ele, Orfeu

Ficasse assim rendido aos teus encantos!

Mulata, pele escura, dente branco
Vai teu caminho que eu vou te seguindo

No pensamento e aqui me deixo rente

Quando voltares, pela lua cheia

Para os braços sem fim do teu amigo!

Vai tua vida, pássaro contente

Vai tua vida que estarei contigo"


Vinicius de Moraes / Antonio Carlos Jobim
A única certeza que tenho é que a cada dia estamos mais distantes.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Anna e Eu


"Andei pra chegar tão longe
Daqui de longe eu olhei pra tras

E foi como ver distante

Eu atravessando os meus temporais

Ouvi Anna me chamando

Disse se eu não fosse eu não ia mais

Eu vi o que a gente fez pra chegar aqui

E o que a gente faz

Eu e Anna
Anna e eu
Sonhei muito diferente

Eu bati de frente, corri atrás

E foi como se eu soubesse

Inverter o tempo e arriscar bem mais

Eu vi que era o meu destino
Eu me vi menino

Em outros que fiz, andei pra chegar mais longe

E de lá de longe me ver feliz

Andei pra valer a pena

Olhei pra trás pro que é meu

Nosso passado me acena pelo que foi já valeu."


Lenine/Dudu Falcão

quinta-feira, 23 de abril de 2009

POEMA EM LINHA RETA

"Nunca conheci quem tivesse levado porrada.

Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza."

Álvaro de Campos

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Exaltação ao Nordeste


"Eita,Nordeste da peste,
Mesmo com toda sêca
Abandono e solidão,

Talvez pouca gente perceba

Que teu mapa aproximado

Tem forma de coração.

E se dizem que temos pobreza

E atribuem à natureza,

Contra isso,eu digo não.

Na verdade temos fartura

Do petróleo ao algodão.

Isso prova que temos riqueza

Embaixo e em cima do chão.

Procure por aí a fora

"Cabra" que acorda antes da aurora

E da enxada lança mão.

Procure mulher com dez filhos

Que quando a palma não alimenta

Bebem leite de jumenta

E nenhum dá pra ladrão

Procure por aí a fora

Quem melhor que a gente canta,

Quem melhor que a gente dança

Xote,xaxado e baião.

Procure no mundo uma cidade

Com a beleza e a claridade

Do luar do meu sertão."


Luis Gonzaga de Moura

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Maurício

"Já não sei dizer se ainda sei sentir
O meu coração já não me pertence

Já não quer mais me obedecer
Parece agora estar tão cansado quanto eu.
Até pensei que era mais por não saber

Que ainda sou capaz de acreditar.

Me sinto tão só

E dizem que a solidão até que me cai bem.

Às vezes faço planos

Às vezes quero ir

Para algum país distante e
Voltar a ser feliz.

Já não sei dizer o que aconteceu

Se tudo que sonhei foi mesmo um sonho meu

Se meu desejo então já se realizou

O que fazer depois

Pra onde é que eu vou?

Eu vi você voltar pra mim.
Eu vi você voltar pra mim
Eu vi você voltar pra mim..."

Renato Russo

quarta-feira, 15 de abril de 2009


"O medo faz parte da vida da gente. Algumas pessoas não sabem como enfrentá-lo, outras - acho que estou entre elas - aprendem a conviver com ele e o encaram não como uma coisa negativa, mas como um sentimento de autopreservação."

Ayrton Senna

domingo, 12 de abril de 2009

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Éssa é a minha vida....

Esse é o meu contentamento


Isso é a alegria do meu viver


Patch Adams

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Sobre mim mesma


"Não sou uma pessoa rotulada,
Se eu não estou de bom humor, vou te mostrar isso!

Se eu não estou feliz, não vou me desmanchar em sorrisos!
Se eu não quero, não espere que eu aceite!

Se eu te amar, isso vai ser importante pra mim!

Se eu desejo, vou buscar!

Se eu chorar, é porque cheguei ao meu extremo!

Se eu me culpei, foi porque assumi os meus erros!

Se eu desisti, foi porque alguém assim quis!

Se eu tenho orgulho, é porque ainda preservo certas coisas!

Se eu sou assim, é porque também sou ser humano!
Se eu fiz alguém sofrer, já paguei esse pecado!

Se eu sou sincera, é porque odeio hipocrisia!

Se eu disse que te amava, é porque te amava!

Se eu disse que te odiava, é porque te odiava!

Se eu disse que é eterno, é eterno!

Se eu disse que não, foi por um bom motivo!"

Alzira Paulino

terça-feira, 7 de abril de 2009

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Rio sem nome


"Rio que caminhas por entre os vales,
longe das minhas terras áridas
como uma águia que nos ares
sobrevoa sem se aproximar das presas.

Que a chuva te aumente a adrenalina,
como a fome a faz à ave de rapina,
e que te faça transbordar no meio da neblina
galgando as terras em surdina!

Rio que te chamas Tejo, Minho,
Guadiana, Douro, Danúbio,
Amazonas, Parnaíba, Nilo,
Paraguai ou Sado

Rio sem nome... Rio da minha alegria
trás as tuas águas, invade as minhas margens,
alaga os meus caminhos, molha o meu dia,
transforma a minha vida, altera, aos meus olhos, as paisagens!

No teu caminho que nenhuma barragem
te pare, que nenhuma avalanche inesperada
te desvie, que te deixem
caminhar e invadir a minha vida!

Quero as tuas águas nas minhas margens!
Quero o teu cheiro nas minhas terras!
Quero navegar em ti nas minhas viagens!
Quero me lavar nas tuas águas!"

Nuno Ricardo

domingo, 5 de abril de 2009


"A dança?Não é movimento
súbito gesto musical

É concentração,num momento,

da humana graça natural


No solo não,no éter pairamos,

nele amaríamos ficar.

A dança-não vento nos ramos

seiva,força,perene estar

um estar entre céu e chão,

novo domínio conquistado,

onde busque nossa paixão
libertar-se por todo lado...

Onde a alma possa descrever

suas mais divinas parábolas

sem fugir a forma do ser

por sobre o mistério das fábulas"

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 4 de abril de 2009

Mais uma vez, Desculpe-me


"A razão por que a despedida nos dói tanto é que nossas almas estão ligadas.Talvez sempre tenham sido e sempre serão.Talvez nós tenhamos vivido mil vidas antes desta e em cada uma delas nós nos encontramos.E talvez a cada vez tenhamos sido forçados a nos separar pelos mesmos motivos.Isso significa que este adeus é ao mesmo tempo um adeus pelos últimos dez mil anos e um prelúdio do que virá. (Diário de uma paixão)"

Nicholas Sparks

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Lampião e Maria Bonita


Verdadeira historia nordestina brasileira. VIRGULINO FERREIRA DA SILVA - (1898 – 1938)