sexta-feira, 29 de maio de 2009

Chão de estrelas


"Minha vida era um palco iluminado
Eu vivia vestido de 'doirado'
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações
Nosso barracão no morro do salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou
E hoje, quando do sol, a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
Da mulher pomba-rola que voou
Nossas roupas comuns dependuradas
Na janela qual bandeiras agitadas
Pareciam um estranho festival
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional
A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua furando nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão
Tu pisavas nos astros distraída
Sem saber que a ventura desta vida
É a cabrocha, o luar e o violão."

Silvio Caldas/Orestes Barbosa

domingo, 24 de maio de 2009


"Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons."

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 17 de maio de 2009

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Para meu amor em nordestinês

Ôce é o colírio do meu ôiu.
Ôce é o chicrete garrado na minha carça dins.
Ôce é a maionéss do meu arrôiss .
Ôce é o cisco no meu ôiu (do ôtro oiu - eu tenho dois).
O limão da minha caipirinha.
O rechei do meu biscoito.
A masstumate do meu macarrão.
A pincumel do meu butequim .

Nossinhora! Gosto dimais da conta docê, uai.

Óiprocevê,
quem tem ocê ao lado, tem um tisôru!

Eu guárdesse tisôuru, com todo carin,
Do Lado Isquerdupeito !!!
Dentro do Meu Coração zin !!!
Bjinhus pra oce... Te amo!!!


O Chão é a cama


"O Chão é a cama para o amor urgente,
O amor não espera ir para a cama.
Sobre o tapete no duro piso,
a gente compõe de corpo a corpo a última trama.
E para repousar do amor, vamos para a cama!"

Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 12 de maio de 2009

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Bilhete



"Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda..."

Mário Quintana

domingo, 10 de maio de 2009

Feliz Dia das Mães

Felicidades a mim e a quem mais se julgar Mãe...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Será?


O excelentíssimo senhor Presidente falou que o Piauí, ou melhor traduzindo Teresina, não se encontra em estado de calamidade, que não há "urgência" e em resposta o senhor Prefeito Dr Sílvio Mendes talvez porque a prefeitura tenha criado um projeto onde ofereça um auxilio para quem receber os desabrigados na quantia de R$ 150,00, ah! esquecendo que além desta fartura são distribuídos produtos de limpeza. E pela indignação do Prefeito da capital que pediu 51 milhões, onde o Presidente falou de maneira clara que só será liberado 26 milhões em suaves 6 prestações e se sentiu seguro em emprestar dinheiro a outros países que são um tanto donos de um tal de FMI, que se não estou engana fudeu com a gente e porque não aos estados que se encontram em desordem, pois, um nordeste sem seca e um sul com seca? Algo de errado está a acontecer, ou será que não terá mais como politicar com a seca? Ou os senhores políticos terão que pensar e pensar uma nova maneira de fazer politica aqui no Nordeste brasileiro, explorando talvez quem perdeu suas casas e está em abrigos fétidos e a dormir no chão.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Porque


"Amor meu, minhas penas, meu delírio,
Aonde quer que vás, irá contigo
Meu corpo, mais que um corpo, irá um'alma,
Sabendo embora ser perdido intento
O de cingir-te forte de tal modo
Que, desde então se misturando as partes,
Resultaria o mais perfeito andrógino
Nunca citado em lendas e cimélios
Amor meu, punhal meu, fera miragem
Consubstanciada em vulto feminino,
Por que não me libertas do teu jugo,
Por que não me convertes em rochedo,
Por que não me eliminas do sistema
Dos humanos prostrados, miseráveis,
Por que preferes doer-me como chaga
E fazer dessa chaga meu prazer"

Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 5 de maio de 2009


"Amor é bicho instruído
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore

em tempo de se estrepar.

Pronto, o amor se estrepou.

Daqui estou vendo o sangue

que escorre do corpo andrógino.

Essa ferida, meu bem

às vezes não sara nunca

às vezes sara amanhã."


Carlos Drummond de Andrade