sábado, 31 de julho de 2010

Amigos

quem sou eu:

"Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto
e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor,
que tivessem morrido todos os meus amores,
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos
e o quanto minha vida depende de suas existências ...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade,
não posso lhes dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem
que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro,
embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro,
noto que eles não tem noção de como me são necessários,
de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital,
porque eles fazem parte do mundo que eu,
tremulamente, construí,
e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
E me envergonho, porque essa minha prece é,
em síntese, dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos,
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer ...
Se alguma coisa me consome e me envelhece
é que a roda furiosa da vida
não me permite ter sempre ao meu lado,
morando comigo, andando comigo,
falando comigo, vivendo comigo,
todos os meus amigos, e, principalmente,
os que só desconfiam
- ou talvez nunca vão saber -
que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os. "

Vinicius de Moraes

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Soneto a quatro-mãos

"Tudo de amor que existe em mim foi dado
Tudo que fala em mim de amor foi dito
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.

Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.

Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.

Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano."

Vinícius de Moraes

Ana Maria (Me)

Ana Maria


Eu dei um beijo ..
"Eu dei um beijo.
Eu beijei Ana Maria, por causa disso
Eu quase entrava numa fria, Ana Maria
Tinha dono e eu não sabia, mas quem diria
Pra bem dizer foi sem querer
Mas terminou em confusão, a solução
Foi confundir o coração, daí então
Fiquei na vida de ilusão
Agora adeus Ana Maria, Deus te guarde para o amor
No céu Santa Maria e aqui na terra o seu amor

Ana Maria, como eu queria
Dar outro beijo, matar o meu desejo
Ai, como eu queria
Ana maria, quanta alegria!
O seu querer
Beijar a sua boca e ser de você"

Janduhy Finizola

Desabafo



Eu amo um homem que creio me amar da mesma maneira, porém o destino nos separa...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

RIR PRA NÃO CHORAR


"Sorrisos e Desilusões
Brincadeiras ou Travessuras
O Palhaço Triste
Chora e Rir
Acredita e se Decepciona
Um Clown
Um Carlitos de Pernas Tortas
Um Garrincha Bêbado Aplaudido de Pé
Um Bobo sem Um Centavo
O Bolso Furado
A Cabeça sem Coroa
A Tristeza nos Olhos
O Sorriso nos Lábios
A Esperança no Peito
E um Único Desejo:
Fazer os Outros Felizes
Mesmo à custa da Própria Tristeza
"

João Baroc

PS: Adoro este autor em especial... meu fascinio, meu eterno professor de teatro e as eternas noites de canções do Legião...aos teus olhos doces e ternos...a nossa felicidade...ao João...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

SONETO DE SEPARAÇÃO


"De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama

E da paixão fez-se o pressentimento

E do momento imóvel fez o drama.

De repente, não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez amante

E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante

Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, não mais que de repente."


Vinícius de Morais

Altos e Baixos


Esse aqui é o meu lugar
Desci até o inferno
E consegui voltar

Estou de volta, estou aqui
Atravessei o deserto
Mas sobrevivi

Altos e baixos, a sorte vai e vem
Altos e baixos, não é diferente
Pra ninguém

A cartada genial
A piada que pegou mal
A grande chance perdida
O grande amor de sua vida

O erro que você não pode apagar
O sorriso que faz o seu coração parar

Vai ficar tudo bem
A terra continua a girar
Dias ruins virão também
E o céu não vai desabar

Eu vi chegar a tempestade
Que me levou sem piedade
Eu fui parar em alto-mar
Nada como ter tempo pra pensar

Altos e baixos, a sorte vai e vem
Altos e baixos, não é diferente
Pra ninguém

A vitória no final
A queda do pedestal
O dia que seu filho nascer
O trânsito de enlouquecer

É a mentira que vai te alcançar
As coisas que o dinheiro
Não pode comprar

Vai ficar tudo bem
A terra continua a girar
Dias ruins virão também
E o céu não vai desabar


Dinho Ouro Preto/ Alvin L.

terça-feira, 20 de julho de 2010

quarta-feira, 14 de julho de 2010